Virgínia de Faria Moura nasceu em S. Martinho do Conde, Guimarães, a 19 de julho de 1915 e morreu no Porto em 19 de abril de 1998, com 82 anos de idade. Era filha de mãe solteira, uma professora primária que enfrentou situações de injustiça, incluindo da família, pelo facto de ter sido mãe sem ser casada. A solidariedade da população e em especial das mulheres para com sua mãe e as dificuldades económicas por que passou, terão contribuído para modelar grandemente a sua personalidade.
Frequentou o Liceu em Guimarães, Póvoa do Varzim e depois no Porto. O seu primeiro acto político terá sido em 1930, com apenas 15 anos de idade, quando participou numa greve estudantil, na Póvoa de Varzim, em protesto contra o assassinato pela polícia de um jovem estudante de nome Branco[1] ocorrido no Porto.
Ainda frequentava o 6.ºano no Liceu Carolina Michaelis quando conheceu muitos dos seus grandes amigos e António Lobão Vital, então estudante de Arquitectura, que veio a ser o seu companheiro de vida e de luta. Viveram juntos durante 42 anos um amor sem limites até à morte de Lobão Vital. Nunca tiveram filhos, apesar de ambos os desejarem.
Virgínia Moura foi uma das primeiras mulheres em Portugal a frequentar o Curso de Engenharia Civil, curso que frequentou na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. No entanto, nunca teve um emprego público. As autoridades do Estado Novo não lhe perdoaram o facto de ela ser uma reconhecida activista antifascista. Para além de Engenharia terá frequentado os cursos de Matemática e de Letras. Era uma mulher ávida de conhecimento e de grande cultura.
Na cidade do Porto, durante os finais dos anos 30, anos 40 e 50, desenvolveu grande actividade cultural e editorial. Sob o pseudónimo de Maria Selma colaborou em diversas publicações periódicas. Ainda no âmbito dos seus interesses culturais organizou conferências onde participou ao lado de intelectuais como Teixeira de Pascoaes, Maria Lamas e Maria Isabel Aboim Inglês. Preocupada com a condição da mulher intervém em várias vertentes nos jornais onde colabora. Vivia-se num período em que o debate sobre o feminismo estava na ordem do dia. Ficou célebre a Carta a uma Mulher da Moda [2] onde criticamente se dirige a uma jovem “mundana” para lhe dizer que a emancipação da mulher não consiste na sua masculinização nem no regresso ao tipo de mulher-amazona.
Maria Selma alimenta esse debate, escrevendo artigos bem expressivos com uma opinião já reflectida. Em texto elogioso à hematologista Adelaide Estrada, médica e cientista de grande mérito, escreve Maria Selma “dizermos que não possuímos valores femininos, não corresponde à verdade: dentro das nossas fronteiras esboça-se, ainda que timidamente, um movimento de renovação mental, por parte das nossas raparigas. A mulher portuguesa vai compreendendo a sua atitude, emancipando-se dos preconceitos que a prendiam (…) As várias polémicas sobre feminismo que têm vindo a público na nossa Imprensa dão-nos com precisão um cliché do que ainda se pensa entre nós dos direitos e deveres das mulheres. Embora essas polémicas sejam na sua maioria vazias de sentido, representam quanto difícil é a emancipação da rapariga portuguesa”[3]. Mais tarde, em O Diabo, Virgínia Moura continua a intervir sobre o tema. “Há quem teime em gritar a inferioridade mental da mulher” (mas) “a mulher consciente de suas responsabilidades e deveres tem cumprido com desassombro uma missão, missão esta, orientada num sentido amplamente humano”[4] e, em artigo subsequente, prossegue, “Entre nós, o problema feminista tem sido encarado principalmente quanto à emancipação mental e moral da mulher. Um outro aspecto tem sido descurado, embora seja em toda a sua extensão, a base inicial, ou melhor, o alicerce do próprio movimento. Refiro-me ao problema económico e à sua projecção na vida da mulher”[5]. Noutra publicação da época, O Sol Nascente, onde colaboravam intelectuais como Abel Salazar, Vasco da Gama Fernandes, Adelaide Estrada, Sylvia de Leon Charréo, entre outros, outras mulheres escreviam também sobre a condição feminina[6], numa tentativa de chamar as mulheres à vida politica e à luta pelos seus direitos, numa época em que eram poucas as que escreviam ou intervinham publicamente sobre este tema e, quando muitas eram obrigadas a usar pseudónimos masculinos para fazer passar a sua escrita, como foi o caso de Irene Lisboa que também neste jornal usava o pseudónimo masculino João Falco.
Virgínia Moura foi figura relevante e participou activamente em movimentos democráticos contra a repressão, pela liberdade e a dignificação das mulheres e também pela paz, nos tempos difíceis do fascismo, destacando-se o papel que desempenhou na candidatura à Presidência da República de Arlindo Vicente em 1958, e depois na candidatura do General Humberto Delgado, tal como tivera na do Professor Ruy Luis Gomes, em 1951. Era empolgante a maneira como falava, tendo ficado na memória de todos a sua intervenção no grande comício de apoio à candidatura à Presidência da República, do General Norton de Matos, na Fonte da Moura, em 1949.
Participou ao lado das movimentações populares estudantis de 1962 e nos Congressos da Oposição Democrática de Aveiro em 1969 e 1973, momentos significativos do movimento de resistência ao fascismo. A sua participação sobressaía pela combatividade e coerência das suas convicções. A sua figura era tão respeitada que se impunha nas mais simbólicas manifestações antifascistas que ocorreram em Portugal no período mais negro do fascismo. Vemos Virgínia Moura, em muitos momentos significativos no Porto e no País, assumindo a palavra, a falar ao povo ou a dirigir protestos às entidades públicas. Era uma oradora que arrebatava multidões. A sua qualidade de oradora empolgante foi, mais uma vez, bem patente no encerramento do 3º Congresso de Aveiro em 1973, a que presidiu.
Virgínia Moura foi uma figura ímpar. Sempre sorridente, lábios pintados e vistosos colares a embelezarem as suas roupas, era uma mulher que, diríamos hoje, de corpo inteiro. Uma mulher que se destacava entre os intelectuais com quem convivia e no meio das multidões populares. Inconfundível no trato e nas relações. A sua popularidade entre as mulheres do Porto era enorme. As vendedoras do Mercado do Bulhão terão chegado a paralisar o trabalho exigindo a sua libertação numa das ocasiões em que esteve presa.
Não é demais lembrar o estatuto das mulheres à época do fascismo para avaliarmos da grandeza desta mulher. A própria lei as marginalizava e subordinava aos homens, aos maridos. Muitas não podiam votar. O seu lugar era a casa. Sair de casa para ir a um café era uma ousadia que muito poucas enfrentavam. Era um tempo em que o sistema político cerceava às mulheres a participação na vida social e política, e em que essa participação, quando existia era ocultada e ignorada. Tal ocultação deixou marcas na nossa história, na ciência e nas artes. Era um tempo em que havia umas profissões para homens e outras para mulheres. Era também um tempo em que quase 50% das mulheres eram analfabetas e a mortalidade infantil era a maior da Europa[7]. Foi um tempo de guerras. Virgínia Moura não se cansa de falar da Paz e dos efeitos terríficos da 2.ª Guerra Mundial que motivaram várias acções de luta em que ela participou e que a levaram à prisão. Aborda a Paz como questão vital para a democracia portuguesa e o bem-estar das mulheres. Foi tempo também de luta contra a guerra colonial que mobilizou as mães, as companheiras, as esposas dos soldados e capitães que viam partir e muitos não voltar.
Virgínia Moura foi uma grande mulher portuguesa do Século XX que venceu todas as barreiras e mitos que impunham às mulheres o afastamento da vida pública. Venceu os estereótipos que obrigavam as mulheres a serem donas de casa ou cuidadoras. Optou por ser engenheira mas nunca exerceu funções públicas.
Era uma mulher culta. Mulher de acção e palavra. No terreno político, destacava-se como oradora muito respeitada que nas horas difíceis sabia tomar a palavra, enfrentando a repressão e merecendo a ovação de quem a escutava atentamente.
Entre 1949 e 1962, Virgínia Moura terá sido presa dezasseis vezes pela PIDE, correspondendo a um total de 1201 dias registados. Nove vezes foi processada, três condenada nos Tribunais Plenários. Foi repetidamente agredida pela polícia em actos públicos. Mas a violência e o sofrimento das prisões não se esgota neste actos policiais nem tão pouco nas descrições feitas nos processos da PIDE no Registo Geral de Presos consultáveis na Torre do Tombo. Várias vezes esteve nos calabouços de Caxias, nas cadeias no Porto e na sede da PIDE. Foi julgada por traição à Pátria, em 1951, por ter assinado uma declaração que exigia a Salazar negociações com o governo indiano relativamente a Goa, Damão e Diu, o que corresponderia a ter uma pena de morte. Lamentando não haver pena de morte em Portugal, o acusador pediu 52 anos de prisão.
Lemos nas suas palavras a expressão verdadeira de tanto sofrimento.
“Não foram só as prisões, julgamentos em tribunais plenários e bárbaros espancamentos nas ruas, as violências a que nos submeteram durante estes negros anos. A repressão económica foi constante. Foi-nos vedado sistematicamente acesso a lugares públicos e foram intimidados cidadãos particulares que nos davam trabalho ou connosco mantinham relações de amizade e convivência. As forças repressivas iam ao ponto de identificar e prender as pessoas que visitavam as nossas casas. A correspondência e o telefone eram constantemente controlados. Procurava-se criar um clima de medo e isolamento à nossa volta.”[8] (…) “Nas cadeias, além de outras violências, celas disciplinares, intermináveis isolamentos – só de uma vez dez meses e meio com a janela pregada e pintada numa pequena cela sem livros, sem correspondência… a impossibilidade de quaisquer notícias, mesmo da família…ou do marido sempre muito doente, castigos que foram, desde o dormir no chão sem agasalhos até dias seguidos a pão e água (…)”[9].
Face às duras condições prisionais dos presos, Virgínia Moura e mais duas esposas de presos políticos, Palmira da Silva Lopes e Olinda Fernandes organizaram, junto ao Forte de Peniche[10], um protesto de mulheres de presos políticos contra as duras condições prisionais em que eram obrigados a viver.
Virgínia Moura e os demais elementos do Movimento Nacional Democrático[11], quando saíam das prisões, libertados, recebiam calorosas saudações populares. Virgínia Moura lembra os milhares de pessoas à sua espera. Com flores, com abraços, com muita alegria. Muitas vezes caíram violentas cargas policiais sobre os manifestantes mas estes não desistiam.
É este clima de confiança e resistência que perdura e comove nas suas palavras. As mulheres sempre foram as primeiras a testemunharem gratidão pelo seu heroísmo. A solidariedade manifestou-se de muitas maneiras. Solidariedade vinda do País e do estrangeiro onde o nazi-fascismo dizimara milhões de pessoas e a luta contra o fascismo em Portugal e pela Paz tinha cada vez mais sentido. Entre muitos outros, Eugénie Cotton, cientista francesa, Presidente da Federação Democrática Internacional de Mulheres, com Juliot-Curie, Presidente do Conselho Mundial da Paz, enviaram, no ano de 1952, protestos e cartas de solidariedade a favor de Virgínia Moura que serão apresentadas e lidas em tribunal plenário.
Virgínia Moura foi uma mulher de causas, todas elas amalgamadas com a causa da libertação do povo português do jugo da miséria e do fascismo. No decurso da sua actividade política e cívica neste período negro do fascismo integrou a Associação Socorro Vermelho Internacional, uma organização de apoio aos presos políticos. Esteve sempre presente nas organizações de mulheres que, lado a lado com as demais, constituíam com a sua especificidade a rede da luta antifascista e democrática das mulheres portuguesas, adaptada às condições que o regime ia permitindo. Sempre muito próxima de Maria Lamas, com quem partilhou grandes desafios e algumas vezes a cela[12], foi sócia da Associação Feminina Portuguesa para a Paz e do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas e militante do Movimento da Unidade Nacional Antifascista. Fez parte do Movimento de Unidade Democrática e quando este foi encerrado, integrou a comissão central do Movimento Nacional Democrático (MND). Protagonizou no Porto, a fundação do Movimento Democrático de Mulheres, no ano de 1968, tendo pertencido ao seu Conselho Nacional até falecer em 1998.
Na clandestinidade aderiu ao PCP e integrou o seu Comité Central eleito no 5ºCongresso do Partido. Depois da Revolução de Abril de 1974 manteve a sua intensa actividade política em prol da democracia e dos direitos das mulheres.
Com o 25 de Abril veio o reconhecimento público da sua acção cívica e política. Foi agraciada com a Ordem da Liberdade que recebeu em 1 de Outubro de 1985 das mãos do General Ramalho Eanes. Foi distinguida com a Medalha de Honra da Câmara Municipal do Porto durante a presidência de Fernando Cabral, tendo recusado a Medalha de Honra atribuída pela Câmara de Gondomar. Foi eleita nas assembleias municipais destes dois concelhos.
Na sua reunião de 19 de fevereiro de 1983, o Conselho Nacional do Movimento Democrático de Mulheres decidiu atribuir-lhe a Distinção de Honra, distinção que visava distinguir mulheres, cuja acção a nível nacional se destacasse em defesa dos direitos das mulheres, ou que pela sua própria vida são símbolo da luta emancipadora da mulher. Esta distinção foi-lhe entregue a 18 de junho de 1983, no Cineteatro Vitória em Rio Tinto, repleto de amigas e amigos que se associaram a tão grandiosa homenagem. Em entrevista dada em dezembro de 1983 à Revista Mulheres, Virgínia Moura refletia sobre o grande papel das mulheres na luta pela Paz e na transformação social, admitindo, então que “as mulheres de uma maneira geral afastam-se dos problemas. Metem-se em suas casas, a tratar dos filhos. Só nos momentos revolucionários vêm para a rua”.
Entrosando sempre a luta específica das mulheres pelos seus direitos com a luta pela paz e a liberdade, reconhece categoricamente que “muitas vezes são as próprias mulheres que secundarizam generosamente as suas lutas pelos direitos específicos a favor de uma luta mais generalizada”, embora acrescente que é preciso acabar com isso, “nos nossos dias, já é tempo das mulheres reivindicarem o que lhes é devido”.
No seu trajecto nunca terá esquecido a sua condição de mulher, de filha única de uma mãe hostilizada por ser mãe solteira, de mulher com uma profissão liberal que exerceu com dificuldades, como confessa na mesma Revista Mulheres: “Juntavam-se os motivos políticos ao facto de ser uma mulher a exercer engenharia e encontrei muitos obstáculos. Tive mesmo de recorrer a colegas meus para me assinarem os projectos para evitar complicações com as Câmaras”.
É-lhe feita justa homenagem pública em Moreira de Cónegos, Guimarães, com a atribuição do seu nome ao Agrupamento de Escolas. Os estudantes e famílias saberão certamente a história e o percurso de vida de Virgínia Moura, patrona deste Agrupamento, e nela reconhecerão um exemplo de mulher para o nosso tempo. Um tempo que é de lutas pela educação para todos, pela exigência de uma Escola pública de qualidade, um direito de todos e todas os que ali estudam.
No Porto, o seu nome está estampado na toponímia. A Rua Virgínia Moura tem início na Rua da Nau Vitória terminando na Calçada da Ranha, na freguesia de Campanhã. A sua estatura está fixada em outros concelhos do País, figurando também na toponímia da freguesia do Feijó, concelho de Almada, e na freguesia de Paio Pires concelho de Seixal.
Em 1999, foi inaugurado um busto de Virgínia Moura, da autoria do escultor Manuel Dias, precisamente 50 anos após a sua primeira detenção pela PIDE. Financiada através de uma petição pública, organizada por um grupo de mulheres do Porto, a escultura foi colocada no Largo Soares dos Reis no Porto em frente do edifício onde esteve sedeada aquela polícia e onde foi presa pela primeira vez.
Mas, como sabemos, o compromisso com Abril exigiu mais luta pelos direitos das mulheres e por mudanças sociais, económicas e políticas. Por um Abril onde se pudesse viver melhor. Virgínia Moura lutou por esses ideais até à morte e deixou-nos uma bela e extraordinária lição de vida.Virgínia Moura viveu o 25 de Abril intensamente. Viveu e sentiu aquela madrugada como cidadã, como mulher activa e interveniente, sempre atenta aos acontecimentos que a rodeavam. Neles foi parte ativa e atuante. No dia 26 de Abril “tive a felicidade de ser convidada” pelo capitão Carlos Azeredo do MFA para o acompanhar na libertação dos presos políticos[13]. Na sede da PIDE, no Porto, na Rua do Heroísmo, a alegria invadiu a rua, enquanto lá dentro “uns agentes apavorados queimavam todos os papéis que podiam”[14]
* folheto MDM, 1983, arquivo MDM
[1] Na memória colectiva assim ficou conhecido, mas hoje sabe-se que se tratou de João Martins Branco. Existem fotos do seu funeral que comprovam a grandiosidade do protesto.
[2] Texto inserido na separata Da Gente Moça, do semanário de Viseu, O Trabalho, nº255, de 25 de Agosto de 1938. Separata com paginação autónoma, sob a direcção de Maria Selma e Lobão Vital
[3] Maria Selma, A Hematologista Adelaide Estrada, O Diabo, nº226, de 21 de Janeiro de 1939, p.7.
[4] Maria Selma, Apontamentos sôbre feminismo, O Diabo, de 23 de Novembro de 1939, p. 3.
[5] Maria Selma, Apontamentos sôbre feminismo, O Diabo, de 30 de Dezembro de 1939, p. 3.
[6] Alguns artigos publicados em Sol Nascente são exemplo da preocupação com os feminismos, escritos por mulheres mas não só. Curiosamente, elas, ao contrário dos homens, assinam apenas com o nome próprio e sem apelido. Entre os artigos assinados, destacamos A mulher e o desporto por Maria Emília ( SN, 15 de Março de 1937, nº4, p.6); O que nos ensina uma mulher moderna, por Maria Albuquerque (SN, Outubro de 1939, nº39, p.7); A Mulher intelectual portuguesa por Maria Aurora (SN, Dezembro de 1939, nº41) ou Simone Evrard:exemplo duma mulher por Manuel Campos Lima (idem, p.11).
[7] Vide Saudação de Maria Lamas ao II Congresso Republicano de Aveiro em 1969.
[8] Rose Nery Nobre de Melo, Mulheres Portuguesas na Resistência, Seara Nova, 1975, p. 77 e 78
[9] Ibidem
[10] O protesto teve lugar no dia 20 de Novembro de 1952.
[11] Na Comissão Central do MND estavam: Ruy Luís Gomes, Maria Lamas, José Morgado, José Alberto Rodrigues, Albertino Macedo, Pinto Gonçalves, Areosa Feio e Virgínia Moura
[12] Rose Nery Nobre de Melo, Mulheres Portuguesas na Resistência, Seara Nova, 1975, entrevista a Maria Lamas, p. 96.
[13] Rose Nery Nobre de Melo, Mulheres Portuguesas na Resistência, Seara Nova, Lisboa, 1975, p. 76-91.
[14] Virgínia Moura, Mulher de Abril, Edições Avante, Lisboa, 1996, p.103.