Despedimento Colectivo
Solidariedade do Movimento Democrático de Mulheres aos trabalhadores do Global Media Group
Mais um despedimento coletivo, agora no Global Media Group (GMG) que vai engrossar o já preocupante número de desempregados no nosso país, empurrando trabalhadoras/es e famílias para uma grave instabilidade social, inclusivamente para a pobreza.
Desta vez são mais 81 trabalhadoras/es do universo GMG (JN, DN, O Jogo e TSF e outras publicações) que ficam sem emprego, muitos deles demasiado novos para a reforma, mas demasiado velhos para o reingresso no mercado de trabalho. Desses, 37 são mulheres o que representa 46%.
O MDM considera inaceitável que a pandemia esteja a servir de pretexto para empresas desrespeitarem os direitos das/os trabalhadores e enviarem milhares deles para o desemprego.
Portugal registou, até setembro deste ano, 5 400 casos de despedimentos coletivos (um aumento de 50% face ao ano de 2019), representando o pior registo desde 2014 (6.216), o último ano da troika em Portugal.
A este grave problema junta-se um outro que é a precariedade no trabalho, porque se sabe também que são as/os trabalhadores com vínculo precário que são os primeiros a ser despedidos. Portugal é o terceiro país da União Europeia com maior percentagem (32%) de trabalhadores com vínculos precários, atingindo com forte incidência jovens e mulheres: 40% desses são de trabalhadores com idade inferior a 35 anos, mais de metade são mulheres.
Os despedimentos, a eliminação de direitos e a degradação das condições de trabalho não podem ser a resposta para resolver as dificuldades económicas das empresas.
O MDM manifesta a sua solidariedade ativa para com todas/os os trabalhadores atingidos por este processo de despedimento e apoia todas as acções de resistência que as/os trabalhadores do Global Media Group (GMG) venham a desenvolver para defender os seus direitos e a estabilidade de emprego.
Para o MDM é particularmente preocupante que na sombra da crise pandémica estejam a ampliação das desigualdades e a intensificação da exploração das mulheres.
Mais uma vez as mulheres vêem-se a braços com as dificuldades no emprego, com a falta de proteção social, a perda de salário, a falta de estruturas de apoio.
Mais do que nunca este é o tempo de reagir e exigir o cumprimento de direitos na vida das mulheres e dos demais trabalhadores.
É necessário enfrentar não apenas a crise sanitária, mas a crise económica e social.
É indispensável que o Governo tome medidas mais enérgicas para evitar o aumento exponencial do desemprego, para melhorar as prestações sociais e para combater as desigualdades na sociedade portuguesa.
5 de Novembro de 2020
Coordenadora do Núcleo Distrital de Lisboa do
Movimento Democrático de Mulheres