EM MOVIMENTO

LISBOA – 11 MARÇO 2023 – INTERVENÇÃO ÉRICA RIBEIRINHO

Nós mulheres que damos a vida, não a queremos destruída!
Prezadas Amigas e Companheiras
A luta das mulheres em Portugal, como em qualquer parte do mundo, é historicamente e também no presente uma luta na busca da melhoria das suas condições de vida, pela sua independência económica, pelo respeito pela sua dignidade e direitos.
A guerra e a militarização são o seu contrário, não servem as mulheres, nem a sua emancipação!
Por isso, não podemos deixar de manifestar o nosso protesto e indignação pelas despesas militares não pararem de aumentar.
São recursos colossais que são destinados aos gastos militares, à guerra, que causa a destruição de países, o sofrimento das mulheres e dos povos.
É justo perguntar: o que poderia ser investido em hospitais, maternidades, escolas, lares, o que se poderia construir ao serviço da melhoria da qualidade de vida das mulheres e dos povos?
É justo perguntar: a quem serve a guerra e a militarização?
A guerra e a militarização não servem a Humanidade, nem a segurança dos povos, nem os combates que é preciso fazer contra a fome, as doenças, contra as crescentes desigualdades.
A guerra, o aumento das despesas militares, as sanções, estão a servir para promover a especulação, para uma minoria que dela se está a servir para aumentar os seus lucros, à custa do aumento dos preços dos bens essenciais, impondo pesados sacrifícios a quem trabalha ou vive da sua pensão, com retrocessos nos direitos das mulheres e da população em geral, quando o que se impõe é promover o investimento produtivo, o combate ao desemprego e a promoção de emprego de qualidade, o aumento dos salários e das pensões, a melhoria das condições de vida.
Prezadas Amigas
A nossa luta contra a militarização é historicamente indissociável da luta pelos direitos das mulheres, contra o fascismo e a guerra, o colonialismo, o racismo, o apartheid, verdadeiras barreiras à emancipação das mulheres, à liberdade e autodeterminação dos povos.
Numa Europa marcada por duas guerras mundiais no século XX, recordamos com dor e indignação as guerras levadas a cabo neste século XXI: guerras impostas ao Afeganistão, ao Iraque, à Líbia, à Síria, ao Iémen e os seus milhares de vidas perdidas e de refugiados.
Choramos e indignamo-nos perante os milhares de mortos nas águas do mediterrâneo, fugindo da violência e da miséria. Denunciamos as consequências devastadoras da guerra na vida e nos direitos das mulheres e crianças nestes países.
Prezadas Amigas
A guerra a que se assiste hoje tem novas facetas muito perigosas.
As sanções económicas, financeiras e os bloqueios às relações comerciais entre estados impostas pelos EUA e os seus aliados, representam poderosas armas de guerra, que agridem o direito dos povos e países a determinarem livremente o seu próprio caminho.
Manifestamos a nossa mais profunda solidariedade à luta das mulheres nos países sujeitos a estas injustas sanções como Cuba, Venezuela e Síria, entre tantos outros.
A nossa mais profunda solidariedade com a luta corajosa, das mulheres da Palestina e do Sahara Ocidental, contra a ocupação ilegal dos seus territórios e o confisco dos seus recursos naturais.
Expressamos a nossa solidariedade com a Federação Democrática Internacional de Mulheres – com todas as suas organizações filiadas –, que desde a sua fundação ergue a bandeira da paz, e com todas as mulheres do mundo que organizadamente lutam pela Vida e não a querem destruída.
Uma solidariedade muito particular para com as mulheres ucranianas e russas. Manifestamos a nossa mais profunda determinação na luta pela paz e contra a guerra: para que os EUA, a NATO e a UE parem de prolongar a guerra na Ucrânia; para que se abram vias de negociação com todos os intervenientes, nomeadamente com a Federação Russa, para alcançar uma solução política para o conflito e assegurar a segurança colectiva e o desarmamento na Europa.
Nestas comemorações do 8 de Março promovidas pelo MDM, de que o ponto alto é a Manifestação Nacional de Mulheres que hoje realizamos no Porto, e no dia 11, em Lisboa, afirmamos bem alto uma luta que tem de continuar.
Estamos juntas pela Paz. Juntas com tantas outras mulheres no mundo!

Que a voz das mulheres se ouça em todo o mundo!
Parar a guerra! Negociar em favor da Paz!
Paz sim! Militarização e mais guerra NÃO!
Os direitos das mulheres não podem esperar!
Queremos viver, sonhar e ser felizes!
Defendemos a vida, não a queremos destruída!

Viva a luta das mulheres no mundo!
Viva a luta das Mulheres em Portugal! Viva o MDM!

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