Desde o dia 8 de Junho que vários serviços de urgências de ginecologia e obstetrícia de diversos hospitais da Área Metropolitana de Lisboa encerraram temporariamente devido à falta de profissionais de saúde.
Nos últimos dias, os serviços de urgência de Ginecologia ou Obstetrícia dos Hospitais Beatriz Ângelo (HBA), São Bernardo, em Setúbal, Garcia de Orta, em Almada, o Centro Hospitalar Barreiro Montijo, e o Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, estiveram temporariamente encerrados. Esta situação coloca em risco cuidados de saúde materna que consideramos inaceitáveis.
Os núcleos do MDM nos distritos de Setúbal e de Lisboa tomara posição e exigem respostas do Governo que reforcem o investimento no Serviço Nacional de Saúde e nos seus profissionais.
A justificação apresentada foi mais uma vez a falta de médicos especialistas, que acarreta dificuldades ao funcionamento dos serviços de saúde, que os próprios profissionais vêm denunciando de há longa data. Na verdade, é indesculpável que o funcionamento de um serviço de urgências fique comprometido por uma qualquer natural impossibilidade que surja inesperadamente a um dos seus profissionais.
Para os núcleos do Movimento Democrático de Mulheres (MDM) do distrito de Setúbal, o encerramento das urgências de ginecologia e obstetrícia é inaceitável, colide com o direito das mulheres da região aos cuidados de saúde e, em particular, põe em causa as condições necessárias à tranquilidade e bem-estar das mulheres, que o nascimento de uma criança exige. Para os núcleos do Movimento Democrático de Mulheres (MDM) do distrito de Setúbal, não basta afirmar a intenção de contratar mais médicos, ignorando soluções que respeitem e salvaguardem as condições materiais e humanas para o exercício responsável da profissão, assim como a melhoria das remunerações e a valorização das carreiras, visando a recuperação da dignidade dos profissionais de saúde.
Assim, os núcleos do distrito de Lisboa e Setúbal solicitaram esclarecimentos ao Governo português, reafirmando que só com um SNS forte se garante o acesso universal a cuidados de saúde para as mulheres em todas as fases da vida que a Constituição da República consagra.
Para ler na íntegra as cartas abertas, clique aqui (Setúbal) e aqui (Lisboa).