Mulheres de todo o país unidas pela defesa dos direitos das mulheres e pela paz no mundo 8 de Março de 2020

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E desde já, queremos convidá-las a comemorar o Dia Internacional da Mulher do próximo ano, em 2021, na Manifestação Nacional de Mulheres, no dia 7 de Março, no Porto, e no dia 13 de Março, em Lisboa.

Isabel Cruz

Saudação

À luta das mulheres em Portugal e no Mundo pelos seus direitos e pela Paz

 

As milhares de mulheres participantes na Manifestação Nacional de Mulheres convocada pelo Movimento Democrático de Mulheres para comemorar o Dia Internacional da Mulher, saúdam a luta das mulheres em defesa dos seus direitos e pela Paz.

O 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, proposto por Clara Zetkin há 110 anos, é uma data com história de luta e continua a ser uma data que projecta e afirma a luta das mulheres em todos os continentes e em cada país, das mulheres que se organizam para intervir, fazer ouvir a sua voz, das mulheres que agarram nas suas mãos a defesa dos seus direitos.

 

Numa data de tão grande significado na luta das mulheres saudamos:

 – As mulheres que, em Portugal, lutam pela melhoria das suas condições de vida, por direitos próprios, pela igualdade na vida, luta que é indissociável da construção de um país que promova a justiça, progresso social e que contribua para a defesa da paz no mundo.

– As mulheres que por todo o mundo lutam contra políticas que estão na causa de graves flagelos sociais, como a pobreza e a fome, o trabalho escravo, o trabalho infantil, a venda de órgãos, a prostituição, as barrigas de aluguer;

contra políticas que lhes negam direitos fundamentais, como o direito ao trabalho, à educação, o direito à saúde, ao planeamento familiar, à interrupção voluntária da gravidez, o direito à habitação, à água e ao saneamento, o direito à terra;

contra políticas que são cúmplices com práticas inaceitáveis como o casamento infantil, a mutilação genital feminina, a criminalização do aborto, o tráfico de seres humanos incluindo para fins sexuais, com a prática da violação, incluindo em zonas de conflito e de guerra.

Saudamos as mulheres que lutam contra guerras destruidoras impostas pelos EUA e seus aliados, como na Síria, no Yémen ou as que ocorreram no Iraque, na Líbia ou Afeganistão, que deixam um rasto de morte, sofrimento, destruição e milhões de refugiados; guerras de agressão onde as mulheres e as crianças são as principais vítimas, incluindo de abusos e das mais atrozes violências.

Saudamos as mulheres da Palestina que, com o seu povo, lutam diariamente contra ferozes atrocidades, contra a ocupação e humilhação há mais de 60 anos, a quem é negado o direito a uma pátria, à liberdade, à segurança e à paz.

Saudamos as mulheres Saharauís que lutam contra a violenta ocupação do território do Sahara Ocidental pelo Reino de Marrocos e pelo direito à autodeterminação, há mais de 40anos.

Saudamos as mulheres que em África lutam corajosamente contra guerras fratricidas, pela erradicação da pobreza e do analfabetismo, vítimas de estratégias de exploração de recursos e riquezas.

Saudamos as mulheres que na América Latina lutam contra a conspiração programada pelos EUA e seus aliados contra governos legítimos e progressistas, visando o seu derrube, de que são exemplos recentes a Nicarágua, o Brasil, a Bolívia, a Venezuela ou Cuba. Países sujeitos a golpes de estado, bloqueios e guerras económicas ao arrepio do direito internacional.

A Manifestação Nacional de Mulheres, convocada pelo MDM, expressa nas suas reivindicações o valor que atribui à solidariedade com as mulheres em todo o mundo e assume que a paz é uma luta imperativa das mulheres no tempo presente e no futuro!

As mulheres dizem Não à intensa corrida armamentista, aos imensos recursos económicos destinados à guerra, à crescente militarização da União Europeia, ao branqueamento e ascenso do fascismo!

É pela luta das mulheres entrelaçada com a luta dos povos que nos continuaremos a erguer rejeitando um mundo cada vez mais injusto, mais desigual, instável e violento, com guerras em diversos países, em que as mulheres conhecem revezes e retrocessos na sua situação económica e social, nos seus direitos mais elementares.

Apelamos às mulheres portuguesas, às mulheres de todo o mundo que se mobilizem e reforcem a luta organizada pelos seus direitos e pela Paz!

Viva o Dia Internacional das Mulheres!

Viva a luta das mulheres portuguesas!

Viva a luta das mulheres no mundo!

 

Amigas e companheiras,

Chegadas aqui, quero em nome do Movimento Democrático de Mulheres, da sua Direcção Nacional e dos seus Núcleos, saudar calorosamente todas as mulheres que de norte a sul do País responderam ao nosso apelo de comemorar este 8 de Março na Manifestação Nacional de Mulheres.

Que alegria e que força, queridas amigas e companheiras, tem esta grande manifestação!

Pelo quarto ano consecutivo, a Manifestação Nacional de Mulheres traz para a rua os problemas e as respostas que são necessárias, neste tempo que é o nosso.

As mulheres exigem trabalho com direitos e o direito de ser mãe e trabalhadora, sem penalizações. E sem precariedade.

As trabalhadoras da indústria, da hotelaria, restauração e comércio, da educação, da saúde e dos serviços de apoio social, da cultura e artes, da investigação e ciência, exigem a valorização do seu estatuto socioprofissional, o aumento dos seus salários e do salário mínimo nacional para 850 euros, exigem a igualdade salarial.

As mulheres reivindicam serviços públicos de qualidade que garantam a todas o direito à educação e à saúde, à segurança social e à justiça, à habitação e aos transportes.

Exigem condições que lhes permitam a participar em igualdade na vida social, política, cultural e desportiva. As mulheres querem viver sem violências.

Porque a violência doméstica não é amor, afirmam a urgência de políticas de prevenção assentes no reforço de meios nos serviços públicos.

Porque o corpo de mulheres e crianças não é uma mercadoria, rejeitam o negócio das “barrigas de aluguer”

– e pela mesma razão – exigem que a prostituição seja reconhecida como exploração e uma grave violência.

Estas são reivindicações comuns da luta das mulheres de norte a sul do País. E, estamos certas, da sua luta de todos os dias que vai continuar!

Na nossa Manifestação Nacional estão presentes sonhos e aspirações de muitos lugares do nosso País, porque as mulheres têm o direito a viver e trabalhar nas suas regiões.

As mulheres exigem medidas para inverter a desertificação e a quebra da natalidade! As mulheres do mundo rural exigem apoios concretos à agricultura familiar.

E afirmam a necessidade de medidas para superar problemas ambientais graves, provocados pelas culturas intensivas, pela poluição da água e dos rios, ou pelos aeroportos em zonas residenciais, como é o caso da proposta do Montijo!

Amigas e Companheiras,

Nos 70 anos da publicação do último fascículo de As Mulheres do Meu País recordamos palavras de Maria Lamas:

«Fui ao encontro das minhas irmãs portuguesas, procurei conhecer e sentir as suas vidas humildes ou desafogadas, as suas aspirações ou a sua falta de aspirações…»

A Presidente Honorária do MDM narrou nesta obra a situação das mulheres num Portugal retrógrado, reprimido e cinzento. Não é este o país que temos hoje. Mas estamos conscientes que só a luta organizada das mulheres pode levar a cabo o muito que ainda há a fazer para que a igualdade na vida seja uma realidade.

E esta Manifestação Nacional de Mulheres é expressão viva desta vontade. É a expressão de luta deste 8 de Março de 2020.

Somos milhares nesta grande Manifestação Nacional para afirmar o valor da luta das mulheres. Para afirmar o conteúdo político e ideológico da nossa luta, porque a luta mulheres não é neutra.

Nesta Manifestação Nacional de Mulheres afirmamos o papel único e insubstituível do MDM – um movimento democrático e unitário, de dimensão nacional, aglutinador de amplos sectores de mulheres por objectivos e reivindicações que lhes são comuns.

Objectivos que são indissociáveis das características deste Movimento, na sua ligação às mulheres e aos seus problemas.

Um movimento que adopta as formas de intervenção e de luta que melhor contribuem para afirmar os seus objectivos, dar força às reivindicações das mulheres e à ampliação da sua luta organizada.

Um movimento que sendo uma importante expressão da luta organizada, considera imprescindível a luta organizada das mulheres noutras organizações sociais relevantes, onde a participação das mulheres é insubstituível.

Um movimento que nesta grandiosa manifestação nacional demonstra a força da unidade, indissociável dos espaços de diálogo, de debate e de convergência construídos todos os dias, e ao longo de décadas, com outras organizações sociais.

Rejeitamos hoje, e sempre, que nos apontem soluções enganosas ou que se limitem a constatar problemas. Queremos um futuro de progresso!

Nesta Manifestação Nacional de Mulheres não marcham ao nosso lado os responsáveis pela persistência das discriminações e desigualdades sobre as mulheres – com formatos antigos ou actuais.

Connosco não marcham aqueles que são coniventes com a exploração do trabalho das mulheres, com a desregulação dos horários, os baixos salários, as discriminações em função da maternidade / paternidade.

Nesta Manifestação não marcham aqueles que defendem a prostituição como um trabalho, e visam legalizar um negócio sórdido que se alimenta da violência brutal, e da destruição física e mental das mulheres.

Para nós, o dia 8 de Março é um dia diferente.

É um dia de luta das mulheres, um dia de convívio e alegria para ampliar a luta organizada das mulheres por uma verdadeira política de igualdade que concretize os direitos na vida, o desenvolvimento e o progresso do nosso País num mundo de Paz.

Aqui afirmamos a força da unidade na defesa dos direitos das mulheres. Por isso, nesta Manifestação o MDM saúda calorosamente:

As mulheres trabalhadoras, os seus sindicatos e a CGTP-Intersindical Nacional.

As mulheres agricultoras e rurais, e a sua associação de mulheres filiada na Confederação Nacional da Agricultura.

As mulheres das forças e serviços de segurança, e a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia.

Saudamos as mulheres reformadas, as mulheres com deficiência e as suas organizações, as que integram associações de mulheres, de mulheres migrantes e de mulheres ciganas.

Uma saudação muito especial à juventude, às associações de jovens e à Associação Ruído.

Saudamos as dezenas de grupos aqui presentes que comprovam a participação das mulheres na criação e fruição cultural.

E saudamos as cerca de 200 mulheres de diversas áreas que deram o seu apoio público a esta Manifestação.

Enviamos uma calorosa saudação à Federação Democrática Internacional de Mulheres, de que o MDM faz parte, e que agrega organizações de mulheres do mundo inteiro.

Saudação que é a expressão da nossa solidariedade incondicional com a luta das mulheres em cada país e no mundo – em defesa dos seus direitos, pela Paz e contra as guerras, e no combate às demonstrações de retrocesso social, de fascismo, de racismo, xenófoba ou homofóbica.

Prezadas Amigas e Companheiras,

Vamos continuar a unir forças e vontades.

Daqui levamos mais força para a luta de todos os dias, porque não nos faltam razões.

Os núcleos do MDM vão prosseguir a sua acção, e seguramente com novas aderentes e activistas!

E desde já, queremos convidá-las a comemorar o Dia Internacional da Mulher do próximo ano, em 2021, na Manifestação Nacional de Mulheres, no dia 7 de Março, no Porto, e no dia 13 de Março, em Lisboa.

Para o ano estaremos nas ruas, afirmando que as comemorações do 8 de Março fazem parte do importante património histórico de luta e profundamente ligado à luta emancipadora das mulheres em Portugal.

Viva a luta das mulheres em Portugal! Viva a luta das Mulheres no Mundo Viva o Dia Internacional da Mulher!

Viva o Movimento Democrático de Mulheres.

 

Lisboa, 8 de Março de 2020

Vamos levar para a rua as razões de celebrar o Dia Internacional da Mulher 8 de Março de 2020

  • Pelo direito ao trabalho com direitos, contra a precariedade e as discriminações.
  • Pelo direito à maternidade-paternidade sem penalizações.
  • Pelo aumento geral dos salários e do Salário Mínimo Nacional para 850€.
  • Pela redução do horário de trabalho e contra os horários desregulados, porque queremos ter tempo para a família, para o lazer, para participar e para nós.
  • Pela valorização das carreiras profissionais na indústria, na hotelaria, restauração e comércio, na educação e saúde, na cultura e artes, na investigação e ciência, nos serviços de apoio social, e no mundo rural.
  • Por serviços públicos de qualidade que garantam acesso em igualdade à educação, à saúde, à segurança social, à justiça e aos transportes.
  • Por políticas de prevenção e combate à violência doméstica, com reforço dos meios financeiros, técnicos e humanos dos diferentes serviços públicos.
  • Pelo reconhecimento de que a prostituição é uma exploração e uma grave forma de violência sobre as mulheres e crianças.
  • Pelo estímulo à participação social, política, cultural e desportiva das mulheres.

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