EM MOVIMENTO

Declaração do Secretariado Mundial da Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM) sobre o acordo de cessar-fogo entre o Hamas e o governo de Israel.

Saudamos e agradecemos às mulheres da Faixa de Gaza e às palestinianas pela sua resistência, pela sua lendária firmeza e pelos seus sacrifícios, recordando o martírio de (12 298) mulheres, e milhares de mulheres que continuam presas sob os escombros, e outras que foram raptadas de tendas, abrigos e ruas, enfrentando brutais torturas físicas e psicológicas nas duras condições impostas pela ocupação.

Saudamos as mulheres palestinianas da Cisjordânia, incluindo Jerusalém, que estão a sofrer as repercussões do sistema de apartheid e das políticas de limpeza étnica. Estas políticas incluem a construção de muros de separação, o estabelecimento de postos de controlo e a construção de barreiras destinadas a isolar as áreas geográficas palestinianas umas das outras e a restringir a liberdade de circulação. Isto impede os palestinianos de acederem a locais de trabalho, escolas, centros de saúde e de levarem uma vida normal.

Estas políticas de ocupação visam negar os direitos legítimos do povo palestiniano à autodeterminação, ao regresso, ao fim da ocupação e à criação de um Estado palestiniano independente, com plena soberania, geograficamente contíguo e dentro das fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como capital, tal como afirmado em convenções internacionais e resoluções das Nações Unidas relacionadas com a causa palestiniana; A mais recente foi a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 18 de setembro de 2024, que declara a ilegitimidade da ocupação e exige que Israel “ponha termo sem demora à sua presença ilegal nos territórios palestinianos ocupados, num prazo máximo de 12 meses a contar da data da resolução”.

Em relação ao acordo assinado entre a ocupação israelita e o Hamas, sob o patrocínio do Egito, do Ǫatar e dos Estados Unidos da América, a FDIM refere que:
1. Saudamos o acordo de cessar-fogo que permitirá que o genocídio em Gaza seja temporariamente interrompido, permitindo que a população regresse às suas casas.
2. O acordo para permitir a entrada de alimentos, material médico e outra ajuda humanitária bloqueada por Israel durante os 15 meses de genocídio em Gaza ajudará a aliviar o sofrimento causado pelas políticas de fome e sede utilizadas como instrumentos de genocídio.
3. A libertação de alguns prisioneiros das prisões israelitas representa uma vitória e uma fonte de alegria para as famílias dos detidos e para o povo palestiniano.
4. A FDIM exige que se esclareça o destino de outros prisioneiros que permanecem nas prisões israelitas, em número de milhares, e que se saiba da deportação de alguns prisioneiros para fora da Palestina, em clara violação do direito humanitário internacional.
5. Apelamos aos movimentos progressistas e aos povos do mundo para:
• Continuar a luta de solidariedade até que o povo palestiniano conquiste os seus direitos legítimos, incluindo o direito à autodeterminação, ao regresso, ao fim da ocupação e à criação de um Estado independente e geograficamente contíguo em Gaza, na Cisjordânia e com Jerusalém como capital, de acordo com a legitimidade internacional e a ativação das resoluções pertinentes da ONU.
• Monitorizar a aplicação do acordo para exigir que a ocupação israelita o cumpra como acordado, sem interpretações unilaterais. Israel, através do seu Primeiro-Ministro, anunciou que não abandonaria o Corredor de Filadélfia, mas que aumentaria a sua presença militar no local, o que é inaceitável.
• Exigir a libertação de todos os prisioneiros não incluídos no acordo.
• Exigir que o governo de Israel seja responsabilizado e que os seus criminosos sejam levados aos tribunais internacionais. Isto inclui fazer cumprir a decisão do Tribunal Penal Internacional de prender Netanyahu e Gallant e garantir que não escapem à justiça.

SECRETARIADO MUNDIAL DA FEDERAÇÃO DEMOCRÁTICA INTERNACIONAL DAS MULHERES.
FDIM
20 de janeiro de 2015

wb_gestao2Declaração do Secretariado Mundial da Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM) sobre o acordo de cessar-fogo entre o Hamas e o governo de Israel.