DIA INTERNACIONAL DA MULHER 2014


Desde 1911 que, um pouco por todo o mundo, se celebra a luta das mulheres trabalhadoras pela redução do horário de trabalho e pela valorização e igualdade salarial entre mulheres e homens. O Dia Internacional da Mulher é, há mais de um século, uma data marcante na construção da emancipação das mulheres pelo direito a ter direitos, pela justiça social, igualdade, progresso e paz.

Com as mulheres, Lutar por Abril

Celebrar o Dia Internacional da Mulher é afirmar a vontade e a determinação de ser mulher, com voz e razão próprias, na luta pelos nossos direitos específicos, pela igualdade e a justiça social.

Nesta data, em que celebramos a luta por melhores salários, pela igualdade e justiça social, é tempo para afirmar, com veemência, que são as mulheres as principais atingidas por estas políticas que comprometem seriamente direitos e conquistas de Abril, e são responsáveis por defraudar a esperança de um Portugal de futuro, de igualdade, de desenvolvimento.

8 de Março de 2014: Com as mulheres, lutar por Abril!

A política deste Governo PSD/CDS-PP é marcada por retrocessos sem precedentes, pela retirada de direitos, por aumentos dos preços dos bens essenciais, cortes salariais, despedimentos e encerramento de empresas, que agravam as condições de vida das mulheres em geral, sejam trabalhadoras, pensionistas, jovens ou idosas.

40 anos após o 25 de Abril, a vida em igualdade é ainda um objectivo a atingir. O MDM convida as mulheres a comemorar este Dia Internacional acalentando o sonho da transformação social que abra as portas para uma vida melhor e mais justa. Desafia as mulheres a juntarem-se na defesa dos seu direitos, organizando-se como grande força social e política mobilizadora e transformadora da sociedade.

Lutar por Abril é lutar pelo direito ao Trabalho

O aumento do desemprego feminino, a desqualificação profissional, os baixos salários e a generalização da precariedade flagelam duramente as mulheres. O MDM considera inaceitável que a desregulação dos horários de trabalho impeça a organização da vida das mulheres que acumulam, por via da dupla e tripla jornada, o seu trabalho com outro e ainda com as tarefas domésticas e o apoio aos filhos e aos idosos.

Em contraponto à cada vez maior taxa de feminização académica, as mulheres continuam a não ter mais e melhor emprego, a ter mais dificuldades na progressão nas carreiras, nomeadamente na Administração Pública, ou diminuta participação política na governação local ou central.

As jovens, nascidas já em liberdade, enfrentam hoje um quotidiano difícil, sem perspectivas para o futuro, procurando na emigração o caminho que o seu país lhes nega.

Lutar por Abril é lutar pelo direito à Saúde e à Educação

Não podemos aceitar o encerramento de unidades de saúde fundamentais – maternidades, centros de saúde, hospitais – ou a entrega da sua gestão a privados associados ao aumento das taxas moderadoras e medicamentos e à escassez de meios de exame e diagnóstico, que põem em causa o direito à saúde.

A Interrupção Voluntária de Gravidez, grande conquista civilizacional para todas as mulheres, vem sendo ameaçada também por influência das tentativas de retrocesso nas leis espanholas, aproveitadas e exploradas pelos movimentos conservadores e retrógrados no nosso país. Cá, como no país vizinho, procuram justificar a baixa taxa de natalidade atacando a saúde sexual e reprodutiva das mulheres, escamoteando que só um efectivo apoio à função social da maternidade e criando condições sociais e económicas se podem incentivar as famílias a crescer. Tais tentativas merecem o total repúdio do MDM e das mulheres, em nome do resultado do referendo de 2007 que confirmou os direitos de decisão da mulher, à educação sexual e ao planeamento familiar.

Também o ensino público se encontra cada vez mais descapitalizado e aviltado pelos governantes que não se cansam de enaltecer a escola privada altamente subsidiada pelo Estado.

Lutar por Abril é lutar pelo direito à Protecção Social

Quando todo o Estado Social é ameaçado em nome dos interesses da troica e da redução de uma dívida que não contraimos, é tempo de dizer basta! O fim da universalidade do abono de família foi agravado com a redução ainda maior na sua atribuição, deixando milhares de crianças e jovens sem esse fundamental apoio. As reformas, pilar essencial de sobrevivência para milhares de mulheres neste país e que já são mais baixas que as dos homens, estagnam em valores ignóbeis e são ainda reduzidas por impostos e cortes encapotados. A liquidação de direitos a pessoas com deficiência e outras camadas vulneráveis da população engrossam os números da exclusão social.

Lutar por Abril é lutar Contra Todas as Violências sobre as Mulheres

A violência, que continua a incidir maioritariamente sobre as mulheres, aumenta e urge ser combatida eficazmente. A violência doméstica e no namoro, a pobreza e exclusão social, o assédio moral ou sexual, no local de trabalho ou em espaço público, as violações, o tráfico de mulheres e raparigas, a prostituição – são formas que aviltam a dignidade das mulheres, que as menorizam, silenciam e humilham. As difíceis condições económicas de muitas pessoas  exponenciam estes fenómenos e dificultam a sua denúncia e resolução.

Comemorar o 8 de Março é Lutar por Abril

Hoje assistimos a grandes retrocessos no estatuto das mulheres em Portugal, na Europa e no Mundo. A uma crise avassaladora do capitalismo, que arrasta vastas camadas da população para a miséria e a exclusão, somam-se conflitos, guerras, violências. No Dia Internacional da Mulher, o MDM reitera a sua solidariedade com as mulheres em luta pelo respeito, afirmação e defesa dos seus direitos, pelo desenvolvimento e a paz, por um mundo mais justo.

Neste 8 de Março, com as mulheres Lutar por Abril!


Manifestação Nacional de Mulheres 2024. Intervenção de Tânia Mateus

Que maravilhosa celebração da força das mulheres transborda nesta Manifestação Nacional de Mulheres! Que determinação, força e alegria trouxemos para o Largo do Carmo, um lugar emblemático de Abril, em que transportamos os sonhos e as aspirações das mulheres a uma vida feliz, com direitos e igualdade.

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