EM MOVIMENTO

30 de outubro – Dia Nacional de luta contra o cancro da mama

NÃO HÁ DESCULPA!

EXIGIMOS MEDIDAS QUE REFORCEM O SNS, A PREVENÇÃO E COMBATE AO CANCRO DA MAMA

A prevenção é importantíssima no combate ao cancro da mama e à taxa de sobrevivência, constituindo um direito que o SNS tem de dar resposta, através de um maior investimento para a adequação às necessidades dos recursos humanos, dos equipamentos, das unidades de saúde e da investigação.

Em Portugal, o cancro da mama é a segunda causa de morte na mulher e, por ano, são detectados cerca de 7 mil novos casos, e 1 800 mulheres morrem com esta doença.

Estes números revelam a necessidade de reforçar a informação, sensibilização e prevenção do cancro da mama, para a necessidade de um diagnóstico mais precoce, um melhor acompanhamento às sobreviventes da doença, apenas possível com mais meios e mais recursos no SNS.

Os avanços alcançados ao longo dos últimos anos, foram construídos, entre várias medidas, pela implantação do programa nacional de rastreio do cancro da mama, com a sua detecção cada vez mais cedo, no entanto persistem desigualdades e assimetrias entre o litoral e o interior, havendo também preocupações quanto aos níveis de adesão das mulheres. Só em 2020, realizaram-se menos 170 mil do cancro da mama.

É urgente realizar plenamente programas de sensibilização para todos os públicos-alvo para a importância do rastreio do cancro da mama, na aposta em equipamentos de rastreio com maior capacidade, da realização de exames de diagnóstico regulares das mulheres não cobertas pelos rastreios e para a importância da vida saudável.

Os tratamentos e as cirurgias são cada vez mais eficazes permitindo alcançar uma taxa de sobrevivência cada vez maior, mas com a epidemia da COVID-19 também se agravou o tempo de espera nestes actos médicos, com consequências na qualidade de vida das doentes e no próprio risco de a mortalidade vir a aumentar.

É de referir que há desigualdades no acesso e na comparticipação em vários equipamentos que a mulher com cancro da mama precisa para melhorar a sua qualidade de vida.

O MDM assinala ainda o facto da desresponsabilização do Estado na saúde mental, deixando sem resposta um nº de utentes cada vez mais expressivo.

É necessário considerar, como uma linha mais importante na política de saúde, o desenvolvimento da Rede Pública dos Cuidados Paliativos e a implementação da rede pública de cuidados continuados.

O Governo continua a não dar a atenção devida à dignificação dos profissionais de saúde, à valorização das suas carreiras e remunerações, e condições de trabalho, e, por isso assiste-se, à transferência de muitos médicos e enfermeiros para o sector privado ou para a emigração.

O maior constrangimento do SNS é a falta de profissionais, sendo assim essencial assumir como prioridade das prioridades o investimento nos recursos humanos.

Aliás, refira-se a carência de profissionais de saúde em unidades especializadas, como o IPO, criando sérias dificuldades na prevenção e tratamento da doença.

É inegável o avanço na ciência, no conhecimento e na investigação que tem permitido progressos assinaláveis na área da saúde, mas, e no caso específico das patologias cancerosas, ainda há muito para fazer.

Também aqui é necessário haver um significativo aumento no investimento que garanta mais especialistas e que combata a precarização no emprego.

As mudanças diversas na sociedade implicam que o SNS tem de encontrar, permanentemente, novas respostas na afectação de crescentes recursos, de melhoria da qualidade e na redução das desigualdades.

O progresso significativo dos indicadores de saúde é inseparável do reforço e melhoria do Serviço Nacional de Saúde. O MDM insiste na necessidade de as políticas públicas terem mais atenção no reforço do SNS, nomeadamente:

– dos cuidados de saúde primários, com mais centros de saúde, mais médicos e enfermeiros de família, mais equipas multidisciplinares e especializadas, mais equipamentos para a realização dos rastreios e de meios de diagnóstico.

de medidas para a execução plena dos programas de rastreio e com um alargamento progressivo na cobertura populacional, nas idades abaixo dos 50 anos.

Outubro 2021

A Direcção Nacional do MDM

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