DIA INTERNACIONAL DA SAÚDE DA MULHER
CUMPRIR DIREITOS É CAMINHAR PARA A IGUALDADE!
Milhões de mulheres em todo o mundo, continuam a morrer durante a gravidez e de parto, de doenças sexualmente transmissíveis, de cancro por não terem acesso à prevenção e aos cuidados básicos de saúde.
Milhares e milhares de crianças, raparigas e mulheres continuam a ser sujeitas a sofrimentos terríveis com a mutilação genital, gravidezes precoces, de violações especialmente em cenário de guerra.
Entretanto, forças conservadoras e revanchistas tentam a todo o custo liquidar o direito à livre opção da mulher de recorrer à interrupção da gravidez, sendo que há já países, onde com o conluio do poder político que tem sido alterada a legislação, com retrocessos sérios num direito fundamental das mulheres, sendo que em Portugal igual golpe aconteceu, no final da legislatura do governo do PSD/CDS, só possível de repor os direitos já no novo quadro político.
Neste dia, num mundo cada vez mais desigual, o MDM exprime, mais uma vez, a sua total solidariedade para com todas as jovens e mulheres de todos os continentes que diariamente lutam nomeadamente pelo direito à saúde, pela paz e progresso da Humanidade.
Em Portugal, principalmente na última década, os governos aplicaram cortes profundos no investimento do Serviço Nacional de Saúde provocando a sua evidente e preocupante degradação, pondo em causa direitos e a dignidade dos seus trabalhadores e o princípio de equidade e de pleno acesso da população aos cuidados de saúde.
Foram encerrados extensões e centros de saúde, urgências e valências hospitalares, maternidades, muitos equipamentos estão obsoletos, dificultou-se o acesso a medicamentos inovadores e congelaram as admissões de profissionais.
O MDM exprime a sua total solidariedade com a luta de todos os trabalhadores da saúde contra a precariedade, os ritmos de trabalho e o prolongamento dos horários, o congelamento das carreiras e escassez de recursos humanos.
O MDM reclama do actual Governo do PS uma política urgente que promova a saúde a prevenção da doença e cuidados de proximidade.
Ao assinalar o Dia Internacional da Saúde da Mulher é também imprescindível que a política do governo respeite as especificidades nesta área, desta numerosa camada da população, com medidas que combatam os seus problemas.
Na verdade é preciso ter em conta que:
– o cancro da mama corresponde à segunda causa de morte por cancro, 1500 mulheres morrem com esta doença, sendo detectados anualmente cerca de 4500 novos casos;
– o cancro no útero é o mais comum, considerando os tumores do sistema reprodutor feminino, representando cerca de 6% de todos os cancros, detectando-se 1 700 novos casos por ano;
– o cancro do ovário leva à morte de cerca de 30 mulheres todos os meses, registando-se anualmente mais de 600 novos casos;
– as doenças do sistema circulatório (AVC, enfartes) e do foro mental continuam a aumentar;
– a violência física e psíquica sobre as mulheres aumenta assustadoramente, constituindo um problema de saúde pública;
– a infertilidade cresce.
A Organização Mundial de Saúde alerta para que, pelo menos, 80% das doenças cardíacas, AVC e diabetes e 40% dos cancros podem ser prevenidos.
O não cumprimento pelo Estado das suas obrigações com a saúde das/os cidadãs/os significa desrespeito pelos direitos de cidadania e igualdade, agravamento da exclusão social e da qualidade de vida das mulheres.
O MDM reclama, por isso e também o reforço dos meios disponíveis no acompanhamento de proximidade para dar resposta às diversas dimensões da saúde das mulheres, de acordo com o seu ciclo de vida, nos domínios do rastreio, diagnóstico e tratamento.
O MDM apela ainda às mulheres para que lutem pelo direito à saúde, exigindo que o Serviço Nacional de Saúde garanta igualdade de tratamento para todos os cidadãos e cidadãs, independentemente dos seus rendimentos e da localização geográfica onde residem.
Lisboa, 27 de Maio de 2017
A Direcção Nacional do Movimento Democrático de Mulheres