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Unidade de Procriação Medicamente Assistida do Hospital de Gaia deixou de poder funcionar!

MDM RECLAMA MAIS INVESTIMENTO NO ORÇAMENTO DE ESTADO 2019 PARA Serviço Nacional de Saúde

Em Portugal persiste um índice de natalidade muito baixo, a segunda pior taxa da Europa, as mulheres são mães cada vez mais tarde e um em cada dez casais tem dificuldade em ter filhos, não havendo por parte do Serviço Nacional de Saúde – SNS – capacidade de resposta nos cuidados de medicina de reprodução públicos.

Em 2017, 5.700 mulheres estavam em lista de espera para os tratamentos de fertilidade o que é inadmissível quando se sabe que o tempo desde o princípio até ao fim de todo o processo pode durar anos. A falta de capacidade de resposta pode vir ainda a aumentar, dado que a legislação da Produção Medicamente Assistida (PMA) alargou o leque das pessoas que podem ter acesso aos tratamentos.

O Governo não teve em conta esta nova realidade, continuando o SNS a não satisfazer os pedidos, em tempo útil, sendo que as unidades de medicina de reprodução para além de serem poucas têm falta de recursos humanos.

E é neste contexto, de falta de cumprimento do direito universal à saúde que surgiu mais uma notícia, agora na Unidade de Procriação Medicamente Assistida do Hospital de Gaia que cancelou os tratamentos de PMA por tempo indeterminado, por falta de técnicos de saúde.

Esta situação não é aceitável! O direito à saúde sexual e reprodutiva tem de ser cumprido, em todos os ciclos de vida da mulher, através do SNS.

O Movimento Democrático de Mulheres reclama, mais uma vez, uma política de investimento público que permita ao SNS dar resposta atempada e flexível às necessidades da população, tendo em atenção as especificidades da saúde da mulher, e neste caso concreto com a criação de mais unidades de Procriação Medicamente Assistida, com cobertura regional e ainda com a contratação dos profissionais em falta, com vínculo público e permanente, assegurando condições de trabalho dignas.

O direito à maternidade é um direito fundamental das mulheres e a sua função social tem valor inestimável para o país.

Não é possível a igualdade, sem igualdade na vida, sem o direito à saúde nas suas diferentes dimensões. O OGE deve ser instrumento para efectivar direitos na base da Constituição da República Portuguesa e na base dos princípios da igualdade a que o estado de direito está internacionalmente obrigado.

02.11.2018
A Direcção Nacional do MDM
Regina Marques
Fátima Amaral

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