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O MDM repudia a farsa instalada pelos EUA contra a Venezuela

MDM está solidário com as mulheres e o povo venezuelano, com o Presidente Nicolas Maduro e com a Revolução Bolivariana

O Movimento Democrático de Mulheres (MDM) considera inaceitável que, à margem do direito internacional, se esteja a assistir a uma vasta manobra de desestabilização externa e interna, onde os EUA são mentores e directamente empenhados, usando e abusando de todos os meios, incluindo ameaças de intervenção militar e construam mais uma farsa “democrática” com a criação de um personagem que se autoproclama de presidente interino da Venezuela. Com esta farsa EUA e União Europeia, lado a lado com Bolsonaro e outros títeres, atinge o limite paradoxal de fazer tábua rasa de toda a legislação em vigor na Venezuela, de apelar à desobediência civil e de interferir na soberania política de um País que acaba de sair de eleições. As mesmas forças retrógradas internas que, em 2002, protagonizaram o golpe de Estado para afastar o Presidente Hugo Chávez e derrubar a ordem constitucional nascida da nova Constituição bolivariana de 1999, continuam a pactuar hoje com os interesses e objectivos dos EUA e a sua política de ingerência e desestabilização, promovendo o boicote económico, a especulação cambial, a sabotagem e desorganização de serviços e redes de abastecimento, naquela que justamente é identificada como uma autêntica guerra económica contra a Venezuela.

Estas forças de bloqueio criaram e intensificaram as mais torpes restrições às importações e exportações, recorreram à sabotagem e açambarcamento de produtos de primeira necessidade, violências e assaltos provocados e estimulados pelas forças opositoras e pelos grandes comerciantes locais. Todos os instrumentos foram usados para comprometer o Governo legítimo venezuelano do Presidente Nicolás Maduro e passar a falsa imagem de uma Venezuela internacionalmente isolada, pondo em causa a situação do povo venezuelano que, cinicamente, dizem querer proteger e defender.

Estas forças que perderam o poder em sucessivas eleições, e que nas últimas eleições não concorreram por decisão própria, visam criar o caos e restaurar a hegemonia dos EUA e da ordem económica de exploração e concentração da riqueza nas mãos de uma oligarquia local, com relações de grande cumplicidade com o capital e os interesses do capital internacional. Mas visam ao mesmo tempo permitir o regresso da grande maioria do povo às anteriores condições miseráveis em que viveu antes do Chavismo.

Assistimos a sucessivas campanhas de desinformação nos meios de comunicação dominantes à escala internacional que pretendem apagar inegáveis avanços e conquistas populares nos domínios político, económico, social e cultural alcançadas nos últimos 20 anos. A erradicação da fome e do analfabetismo, a escolarização e o ensino superior alargado, os passos dados na democratização da cultura foram amplamente reconhecidos por instâncias internacionais. As dificuldades sentidas na actualidade, pela economia venezuelana, resultam em grande medida da baixa dos preços do petróleo e da crise económica que se faz sentir ao nível mundial, agravadas por sanções e bloqueios de que EUA e seus aliados (momentâneos!) são responsáveis.

A Administração norte-americana não se conforma desde sempre com a democracia popular e a coerência da mais justa distribuição da riqueza na Venezuela. Não se conforma com os avanços proporcionados com o Governo de Chaves e depois com Nicolás Maduro. Não se conforma com a possibilidade dos recursos naturais da Venezuela servirem para a melhoria das condições de vida do povo.

A Administração Americana tudo tem feito para criar instabilidade no governo de Nicolas Maduro à custa do sacrifício do povo. Recorde-se a ordem executiva de Obama que considerou a Venezuela uma «ameaça incomum e extraordinária» para a «segurança nacional e a política externa dos Estados Unidos», decretando sanções económicas e ameaças militares contra este país.

Recorde-se o papel da Organização dos Estados Americanos (OEA) e o seu Secretário-geral Almagro, fazendo jus a uma história de conivência com as mais elementares violações da soberania, democracia e direitos humanos na América Latina e Caraíbas, clamando de há muito pela ingerência directa através da instrumentalização da denominada Carta Democrática Interamericana contra a República Bolivariana da Venezuela – manobra intervencionista contra um Estado soberano que foi então apoiada pela oposição parlamentar venezuelana.

Nestas circunstâncias, impõe-se a mais ampla denúncia e repúdio de tais actos e intentos praticados por alguns estados contra outro Estado (Venezuela), membro de Direito das Nações Unidas.

O Movimento Democrático de Mulheres (MDM), no seguimento de muitas outras posições que vem assumindo na defesa da soberania dos povos como condição de paz e de defesa dos direitos das mulheres e dos direitos humanos manifesta a solidariedade com a Revolução Bolivariana, com os avanços indesmentíveis de progresso nos direitos das mulheres, das crianças e dos trabalhadores venezuelanos, sublinha a importância do percurso emancipador do povo venezuelano com intensas lutas e jornadas de mobilização popular, de enorme significado para as mudanças e avanços progressistas alcançados na América Latina e Caraíbas e hoje severamente ameaçados;

O MDM repudia as constantes tentativas das forças contrárias ao progresso social para subverter a ordem constitucional bolivariana e derrubar o Governo legítimo da Venezuela e apela ao desmascaramento das sucessivas manobras de desestabilização, desenvolvidas com os apoios internacionais mais retrógrados e belicistas.

O MDM reafirma o direito do povo venezuelano a decidir soberanamente sobre o seu destino em condições de paz e livre de quaisquer ingerências e pressões externas.

Perante o clima de tensão na Venezuela que pode a cada momento tornar-se mais ampla, o MDM apela ao bom senso do Governo Português para se colocar do lado certo da história, que será sempre de progresso e de paz. Não podemos esquecer as lições da história recente, na Líbia ou no Iraque cujos governos foram derrubados por mentiras e armas, em nome da democracia, e, não podemos esquecer a fome, a miséria e a doença bem como as crescentes desigualdades que alastram no mundo, geradas, ou cumplicemente, caladas pela dominação e ganancia de uns países sobre outros.

O MDM apoia a continuidade do Governo de Nicolas Maduro, eleito por voto secreto, num escrutínio acompanhado por observadores internacionais e reconhecido como um dos mais bem organizados do mundo, rejeita esta manobra dilatória que o governo português subscreve da auto-proclamação de um individuo, que na verdade só o faz enquanto for mantida esta pressão dos EUA e União Europeia.

Viva a Solidariedade com a Venezuela.

Pel’ A Direcção Nacional do

Movimento Democrático de Mulheres

Regina Marques

 

Lisboa, 24 de janeiro de 2019

 

 

 

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